“Buddenbrooks”
MARIA MATOS TEATRO MUNICIPAL
9 e 10 de Maio às 21h30 (Sexta e Sábado)
Estreia Nacional
Encenação: Moritz Sostmann Texto: Thomas Mann Adaptação: John von Düffel Cenografia e figurinos: Klemens Kühn Concepção de marionetas: Hagen Tilp Dramaturgia: Maria V. Linke Em colaboração com: Annegret Hahn Intérpretes: Kerstin Daley-Baradel, Ines Heinrich-Frank, Katharina Kummer, Nils Dreschke, Philipp Pleßmann, Lars Frank Técnicos: Henryk Drewniok, Daniel Schreiner Fotografias: Gert Kiermeyer Técnica: Manipulação à vista - marionetas hiper-realistas Público-alvo: +16 Duração: 150 min., com intervalo incluído Idioma: Alemão com legendagem em Português Sala principal com bancada
Um toque de loucura, uma boa dose de grotesco e humor, seis extraordinários actores-
marionetistas e quinze marionetas hiper-realistas formam um conjunto fantástico, para nos apresentarem um espectáculo inspirado numa obra magistral de Thomas Mann.
No seu romance Buddenbrooks de 1901, Thomas Mann conta a história do declínio de uma família burguesa abastada do norte da Alemanha ao longo de quatro gerações. Puppentheater Halle parte deste retrato social para levantar algumas questões centrais da nossa existência contemporânea - o que esperamos da vida? Existe um legado que valha a pena manter? Vamos perder tudo pelo que as gerações anteriores lutaram? Será podemos fazer o que quisermos com a nossa vida, ou somos apenas "elos de uma corrente", que apenas vive segundo as regras do destino?
Marionetas de um realismo perturbador estão sentadas à mesa; subitamente ganham vida e os conflitos familiares explodem. Três irmãos com estilos de vida opostos, filhos da última geração da família burguesa dos Buddenbrook tentam desenvencilhar-se, mal ou bem, dos caminhos traçados pelos seus antepassados. Três tentativas de lidar com um legado herdado e com um mundo em constante mudança. A mesa desintegra-se gradualmente.
O ambicioso Thomas tem a responsabilidade de substituir o pai e acaba por descobrir que já é muito diferente dele. Christian, frágil e com tendências hipocondríacas, tenta escapar à família e às tradições, mas perde a coragem rapidamente, porque não é capaz de gerir a sua vida da forma que quer. E a consciente e frívola Tony, que adora divertir-se, falha, após dois casamentos infelizes devido às suas próprias exigências...
As marionetas da companhia Puppentheater Halle são construídas em látex e integram a categoria de marionetas hiper-realistas. Tudo nelas nos lembra os seres humanos: rostos, cabelos, roupas ou acessórios. Embora sejam de menor dimensão, através da manipulação de extrema precisão e a reprodução de gestos perturbadoramente humanos, são mais do que meras bonecas congeladas, as personagens de Buddenbrook têm uma presença real no palco.
Uma ligeira dúvida paira sobre as nossas cabeças: estão realmente inertes? Não estarão quase a ganhar vida "real"?
Um momento intenso para o nosso coração, olhos e espírito!
“Moritz Sostmann encenou o texto, adaptado por John von Düffel, com rigor e respeito, mas também da forma mais sensual possível e com muito humor (...). O resultado é um teatro emocionante... incrível.”
- Andreas Montag, Mitteldeutsche Zeitung
“O entusiasmo com que os actores criam diferentes características e a evolução da personalidade através das marionetas, quase que nos lembra Stanislavski (...).”
- Anke Meyer, Double
“O espectador torna-se testemunha de uma simbiose perfeita entre o actor e a marioneta. Uma ilusão excepcional.”
- Nürnberger Nachrichten
"A encenação de Sostmann é inteligente e moderna. No início, surpreendeu-nos que os seis marionetistas estivessem tão presentes. Mas essa presença é intencional e funciona maravilhosamente em conjunto com as marionetas. O público aplaudiu durante muito tempo!”
- Göttingen Tageblatt
"Os actores-manipuladores, que são também excelentes actores, não hesitam em interagir e dialogar com as suas criaturas. Tratam-nas com tanto humor e sensualidade que as próprias marionetas parecem divertir-se. É preciso ver como uma delas, que representa Christian, o filho inquieto, coloca na boca do seu manipulador o cigarro que tinha na boca, depois de o ter acendido. É tão irresistível que a sala aplaudiu (...). Numa adaptação moderna de John von Düffel (…), revelando uma grande burguesia perfeitamente representada pela mãe, cujo rosto, mesmo de látex, parece ter muito ‘botox’ (...).”
-Brigitte Salino, Le Monde
“Este projecto pode parecer desconcertante pela sua magnitude (duas horas e meia em alemão), mas o risco vale a pena, pois os marionetistas alemães souberam reinventar-se nos últimos anos e ganhar poder.”
- Mathieu Braunstein, Telerama
BIO Puppentheater Halle
Halle é uma pequena cidade, entre Berlim e Leipzig. Como a maioria das cidades alemãs, tem companhias permanentes nas artes do espectáculo: uma orquestra, um teatro de ópera, umacompanhia de tea tro e uma companhia de marionetas. O Puppentheater Halle, composto por oito marionetistas, tem actualmente vinte espectáculos em repertório e acolhe cerca de 20 000 espectadores anualmente.
Foi fundado em 1954 (na época em que na Alemanha de Leste existia uma política de construção de teatro de marionetas fixos) e reorganizado em 1995 pelo seu antigo director artístico e actual administrador, Christoph Werner. A partir desta data a pequena companhia de Halle tornou-se conhecida pelo seu trabalho único entre o jogo de actor e a marioneta. Ao dialogar com disciplinas como a ópera, a dança ou a música, Christoph Werner criou um teatro que tem a sua origem na matéria, substância sem vida, mas que quando animada, cria um jogo cheio de ilusões e encantamentos.
Em 2002, o teatro passou a residir no centro teatral e cultural Kulturinsel, em Halle. Em 2009 o Puppentheater Halle foi integrado no "Theater, Oper und Orchester GmbH Halle", estrutura que reúne as instituições culturais da cidade.
O trabalho da companhia foi sendo reconhecido internacionalmente, o que a levou a quase todo o mundo: Estados Unidos, Canadá, Índia, Itália, Espanha, França, Escócia ou Suíça, entre outros.
Produz anualmente cinco novos espectác ulos, sendo alguns destes realizados em co-produção com outros teatros ou festivais, como o Wiener Festwochen, o Schauspiel Köln, o Teatro Nacional de Estugarda ou o Volksbühne de Berlim.
Este é um ano especial para a companhia, uma vez que celebra os seus 60 anos!
Sem comentários:
Enviar um comentário